quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Estou de greve!

Pois é... Vou começar a exigir um monte de coisas para continuar postando aqui!
Quer dizer, não que isso fosse adiantar muito... A grande questão é que eu fiquei meio encucado com uma notícia que ouvi no rádio e fiquei pensando sobre as greves... Se havia um atraso no pagamento, por que não foi exigido antes? Por que deixar a greve para a véspera do feriado santo? No fim das contas a água bateu na bunda e os funcionários foram pagos, mas a questão perdura: até onde uma greve é um direito, e quando ela vira abuso?

Ultimamente está mais fácil dizer quem NÃO está em greve, parece que só eu estou trabalhando nessa porra. É operário de estádio pra copa, é bancário, é funcionário dos correios... Aí você não recebe as contas, tem que correr atrás e as empresas não te ajudam a conseguir uma segunda via, depois de dar um rim no mercado negro você consegue a segunda via, mas não tem banco pra pagar... (Ok, não passei por isso porque pago tudo pela internet, nem lembro quando entrei num banco e peguei fila pela última vez)... Mas muita gente tem que pegar fila em lotérica para pagar suas contas (aliás, este país é o único em que quem não paga as contas e faz dívidas enormes consegue se safar pagando uma mixaria - quem paga tudo em dia só se fode). Sem contar que o Ministério público ainda quer tirar serviços bancários das lotéricas. Aí, quando alguém faz uma gracinha assim, ainda é insensível:


Ok, ok, estou vendo só um lado da coisa. Vendo o quanto os bancos faturam, os funcionários também tem direito de reivindicar sua parcela de lucro. Afinal, estamos num país com uma distribuição de renda das mais desiguais, e com uma carga tributária das mais absurdas. Por que os bancários não teriam direito a ganhar mais, para poder prover uma condição de vida melhor para suas famílias? Por que é só o diretor que anda de carro do ano com ar condicionado nesse calor do saara, enquanto a gente tem que pegar ônibus lotado, ou andar num carro velho... Talvez eu esteja com invejinha, afinal não posso fazer greve... Sim, o direito de greve é garantido pela constituição, mas não é pra qualquer um, não... 
Falando em ônibus, será que teremos greve do transporte público em breve? Aí o cidadão que acorda 5:30 pra ir trabalhar tem que acordar às 4h, se virar porque o chefe não tá nem aí se você vai de ônibus ou de camelo, e no final das contas é o preço da passagem que aumenta, sempre... Eu já trabalhei longe de casa, e hoje em dia sinto um alívio quando vejo imagens do povo sofrendo, tentando chegar em casa em dia de greve... Já passei por isso, obrigado, não quero mais. 
Mas já imaginaram a situação do motorista, dirigindo o dia todo, o desgaste físico, o barulho, o stress? O cobrador, com uma arma apontada contra a cabeça, o perigo diário, sair sem saber se volta para casa à noite?
Eu acho que sou contra a greve, apesar de me solidarizar com quem a faz... Aliás, acho que devemos sempre ver os dois lados de tudo... Vejo tanta gente reclamando das atitudes dos outros, mas sem pensar pelo que os outros estão passando... Mas isso é assunto para um outro post, um outro dia.

Em tempo: os funcionários dos Correios devem voltar a trabalhar amanhã, devido a uma decisão do TST.

Oi?

Qual a relevância de um blog hoje em dia?
Em épocas de vlogs, personalidades da internet com programas de TV, microblogs de 140 caracteres, será que vale mesmo a pena escrever mais de 5 linhas? Será que alguém ainda se importa em ler?
Será que, com tanto conteúdo disponível, mais um ou menos um ainda fará a diferença? E será que eu realmente tenho algo a dizer?
Como evitar a obviedade? Como aparecer num mar de mediocridade? Você também queria ser um escritor? Ser famoso? Dar entrevista no Jô Soares e ganhar uma caneca?

Será que você percebeu que todas as frases desse texto estão na forma interrogativa? Você acha que isso não foi planejado? A língua, pra você, é só pra se comunicar sem ser por grunhidos? Ou você acha que ela é mais que isso?

Eu vou fazer diferente nesse blog? Eu vou fazer igual? Eu vou ser mais um? Eu vou ser MAIS?

E você? Vai voltar aqui para ler a próxima postagem? Ou vai me execrar nos comentários? Aliás, será que alguém chegou até aqui?

Até logo?